sábado, 5 de maio de 2012
Bom dia caros amigos !!!!!!!!Vamos falar hj sobre o José Umaras
Deixe-me explicar esse meu trabalho.
Pertenço ao Clube DKW Vemag e me relaciono com milhares de proprietarios e simpatizantes desse carro que empolgou o Brasil na decada de 60.
Tentei ingressar nessa empresa no Ipiranga como inspetor de qualidade pois estava terminando meu curso de tecnico industrial.....mas a historia é longa que conto no DVD do livro DO AMANHECER AO CREPUSCULO DE UMA CARREIRA PROFISSIONAL tem 25 capitulos e 4500 fotos de um tempo vindo e findo.
Vou aos poucos te mandando algo para tomar conhecimento desse tempo vindo e findo.
Mas estou te mandando esse artigo que está no livro que um pedaço do diario que minha namorada de então tinha a Vania quando a levei ao Salão do Automovel.... lerá um texto e fotos que ilustram o fato que ocorreu comigo nesse passeio... acho que vai amar ler, depois se quiser te mando o DVD, meu trabalho nao é comercial nem tenho pretensões literarias, apenas um relato que achei por bem escrever e se ler na integra entenderá o porquê disso tudo.
toda essa trajetoria eu como protagonista, quando tinha 10 anos de idade e no mirante via a empresa Studabaker, anos mais tarde a Vemag, depois eu querendo ali ingressar, com 18 anos de idade, uma namorada que condicionou meu casamento com ela com meu ingresso na Vemag, depois anos mais tarde o colapso total como um terremoto, e isso vc. vê na foto.
O jornalista Bob Sharp que leu todo o livro comentar o que achou.... mas acho que possa estar confundindo sua cabeça com tanta informação, se permitir te mando os primeiros capitulos e o prefacio para ter uma ideia do que lerá... o conto que vai ler é apenas um capitulo de uma grande tragedia.... (a planta com os deptos. do complexo industrial tirei copia do museu do dkw como era muito ruim redesenhei no CAD e adicionei alguns trechos geograficos para o leitor se situar no espaço...
um abraço Umaras pode inserir no seu blog se achar legal e remeter a amigos... quero que milhoes de pessoas coheçam esse relato que o Brasil esqueceu.... a Vemag acabou e apenas a fotografia ficou.... espero que goste,
DO AMANHECER AO CREPÚSCULO DE UMA CARREIRA PROFISSIONAL
APOLOGIA AO FISSORE
NAS PÁGINAS SEGUINTES FIZ A TRANSCRIÇÃO DO DIÁRIO QUE VANIA TINHA
COMEÇADO E REDIGIR LOGO APÓS O INICIO DE NOSSO ROMANCE E MUITA
BABOSEIRA FOI MANUSCRITA QUE NÃO TERIA NENHUMA RELEVANCIA
INSERIR NO LIVRO. TODAVIA, APÓS A VISITA QUE FIZEMOS AO SALÃO DO
AUTOMOVEL, VANIA SOFREU UM TRANSTORNO PSICOLOGICO QUANDO
“CONHECEU” O FISSORE EXPOSTO EM TODO SEU GLAMOUR. ESCREVEU UMA
APOLOGIA A ESSE CARRO QUE SOA COMO PUBLICIDADE SIMPLISTA. PEDI A
ELA PARA TIRAR UMA COPIA COMO RECORDAÇÃO A PRESERVAR E DEVOLVI
O “DIARIO”, QUE ACREDITO TENHA SIDO DESTRUIDO APÓS O FIM DO
ROMANCE. O LEITOR PODERÁ FAZER O SEU JULGAMENTO.
TRANSCREVO ABAIXO NA INTEGRA APENAS ESSE DIA DAQUELE DIÁRIO.
LOGICO QUE NO ORIGINAL FOI USADA LETRA MANUSCRITA QUE
TRANSCREVI NA FONTE “TIMES NEW ROMAN”, POIS A COPIA (TERMOFAX) DO
ORIGINAL ESTÁ MEIO APAGADA
DO AMANHECER AO CREPÚSCULO DE UMA CARREIRA PROFISSIONAL
“Dezembro de 1962
Meu querido diário. Hoje foi um lindo sábado de sol escaldante. Meu amor rogou
autorização ao papai para um passeio inesquecível da qual jamais imaginava ter
sido convidada. Uma visita ao III Salão do Automóvel montado lá no Ibirapuera.
Papai fez cara feia de desconfiança, mas liberou. Ele detesta moleques, coitado do
Umaras! Mamãe nos fez inúmeras recomendações de caráter moral. Qualquer deslize
seria chamado às falas. Eles querem manter o nome Burgas à prova de qualquer
escândalo sexual. Exigem namoro rápido e logo mais noivado e casamento.
Embarcamos num fumacento ônibus da empresa municipal CMTC e após algumas
horas me abanando, bufando e suando em bicas chegamos ao local. O ingresso
era cobrado e, caro! Não gostei. Ter de pagar por algo que você vai contemplar
para posteriormente comprar! Essa é muito boa!
Mas quando adentramos ao local minha raiva se dissipou. Começamos a visitar
todos os stands. Vi carrões e carrinhos de todos os tipos, fabricantes de autopeças
expondo seus produtos e uma profusão de folhetos publicitários tecendo considerações
lisonjeiras a seus produtos.
Nada disso me interessou. Não estava lá para ficar lendo folhetos!
O Umaras queria se postar diante do amplo stand da DKW-VEMAG com 500
metros quadrados. Afinal, estava finalizando exames médicos para ali ingressar
como inspetor de qualidade e foi lá que permanecemos por quase uma hora contemplando
tudo, conversando com visitantes e as moças contratadas pelo evento.
Todos os produtos DKW estavam ali expostos em grande estilo.
Meu querido diário. Ladeado por modelos DKW já conhecidos, numa posição
nobre estava exposto em grande estilo o DKW-FISSORE. Fiquei boquiaberta diante
desse arrebatador automóvel. A moça contratada pelo evento informava a um
grupo de curiosos de que o veiculo teria a produção em escala comercial limitada e
iniciada apenas no segundo semestre do ano de 1963. A fábrica estava trabalhando
dia e noite em ritmo alucinante para elaborar e aprontar todo o ferramental necessário
para colocá-lo na linha de montagem. Estava contratando novos funcionários
para acelerar o processo de produção. (Seria aquele um protótipo?).
Assim, tínhamos tempo, após nosso casamento espero ser esse automóvel nosso
grande projeto de vida. Papai odeia automóveis e mamãe nada entende de carros e
não dá mínima para a indústria automotiva. Ela anda muito doente e mais interessada
nela mesma e na sua lista de doenças, que ambiente horrível, meu Deus!
Fiquei a contemplar essa maravilha como quem examina uma jóia numa joalheria.
Antes de deitar achei por bem elaborar esse texto para o meu diário, são reflexões
de uma moça solteira com sonhos futuros de pertencer a um maridão que corresponda
às minhas expectativas e exigências. São planos de vida que tenho eu e meu
amorzinho, se der certo, lógico, caso venhamos a se casar de forma a induzi-lo a
encomendar esse carro uma vez que fiquei fissurada pelo Fissore. Quem trabalha na
Vemag precisa ter um carro produzido pela mesma. Deve prestigiar a empresa que
trabalha comprando seus produtos, não acha?
Meu amorzinho precisa ser convencido de que a compra de um automóvel é negocio
serio. Seriíssimo. É preciso por de lado a emoção e pensar racionalmente,
pois é um investimento expressivo e a gente não pode arriscar adquirir qualquer
porcaria nessas espeluncas de carros usados. É preciso pensar na mecânica e ele me
disse que há revendedores e oficinas Autorizadas DKW-Vemag por tudo quanto é
canto. Fiquei deslumbrada por esse ser um carro nacional e as peças poderem ser
compradas sem aquele terror de imprevistos de importação.
Estou me convencendo de que o Fissore é tudo, e agora me veio à cabeça uma
metáfora. Comparo o Fissore à mamãe, ela apesar de estar com a saúde em frangalhos
é uma cozinheira boa, de forno e fogão. (Diferente de mim que confesso que
nem ovo frito sei fazer). Caso venha a me casar com o Umaras, ele vai contratar
uma empregada doméstica e eu serei Rainha do Lar, vou ficar em cima para gerenciar
tudo, desde fazer compras, a comida, limpeza e lavagem de roupas. Por falar
em roupas, ele vai comprar uma lavadora Bendix, visto que não vou lavar aquele
macacão fétido e sujo. Já o adverti que não vou meter minhas acetinadas mãozinhas
e esmaltadas unhas em água fria e “Cândida”, esfregar e torcer aquele pesado e
imundo macacão, o uniforme dos operários da Vemag. A lavadora vai dar conta
dessa imunda tarefa. Só será por pouco tempo até ser transferido para o Departamento
de Engenharia para ser um desenhista-projetista, então será obrigado vestir
terno e gravata, afinal, estudou para tal, e essa função de chão de fábrica é apenas
um trampolim para ele galgar posições mais relevantes nessa colossal fábrica que
nos vai encher de dinheiro! Mas ele ainda vai chegar até os níveis da diretoria da
Vemag, ele não é ‘burrinho’ como esses namoradinhos sem estudo nem profissão
que arranjei tempos atrás, e que até a mamãe que é uma pessoa vivida me alertou
para avisar ao papai e enxotá-los para fora de nossa porta; tenho ciência disso.
Mamãe sempre me adverte para dar um pé na bunda de sujeitos com esse perfil.
Mas quero voltar ao caso da mamãe. Uma cozinheira de tempo integral. Ela é
capaz de enfrentar com maestria a caçarola de feijão do dia-a-dia até ao peru assado
que papai disponibiliza uma unidade no final do ano das centenas de encomendas
de seu açougue, da qual dá um duro danado, como também meu amorzinho fará
logo mais instalações da Vemag. Ele sempre destina para a família poder se deliciar
com esse complicado assado que mamãe tira de letra.
Em termos de automóvel é a mesma coisa. O Fissore será minha versátil ferramenta
do dia-a-dia, desde minhas idas às compras no Peg-Pag, ao instituto de beleza,
à manicura, às aulas de natação, de pintura, mas também conduzir meus futuros
filhinhos ao pediatra, ao dentista e ao hospital quando for uma emergência. Levarei
mamãe e o papai ao posto de saúde para efetuarem todos os exames clínicos e controlar
sua debilitada saúde. Vou ajudar também minha irmã Maria em suas compras,
visto que Rubens o marido dela só pensa em jogar futebol nos finais de semana.
Vou ainda levar minhas amigas e seus filhinhos ao sitio para um belo mergulho
na tépida piscina lá em Atibaia local onde meu amorzinho vai adquirir um pequeno
sitio para oxigenar nosso corpo e nossa alma... Quero dizer, esse lindo veiculo será
tão mutável quanto à negra caçarola de ferro fundido da mamãe. Sem falar das
fantásticas viagens que faremos por esse Brasil afora.
Vou antes de tudo matricular-me numa autoescola para aprender tudo sobre
transito da cidade em como sair de um engarrafamento, como dar aquela arrancada
rápida ou acelerar de repente e ainda livrar-se de alguma situação difícil. O que me
irrita é ter de decorar todos aqueles sinais de transito e dizer o nome correto de cada
placa. Vou dedicar noites e mais noites para estudar aquele maldito livrinho. Pena
que essas autoescolas só têm fusquinha para a gente treinar. Nunca vi um DKW.
Seria ótimo já ir se adaptando a um motor de dois tempos. Fazer o que?
Depois de posse da habilitação de motorista vou me inscrever no curso aos sábados
naquela fábrica chamado de “A Graça na Graxa” que vai ensinar à mulherada
como consertar um DKW e até mesmo como trocar um pneu sem ficar pedindo
ajuda a algum marmanjo asqueroso que vai ficar secando meu bem feito corpinho e
ainda não ficar molestando meu maridinho no serviço.
Outra coisa que ele tem de saber. A gente precisa pensar no conforto de nossos
três filhinhos que pretendemos conceber com muito amor e por eles é que terá de
lutar feito leão lá na Vemag para vencer na vida. Espero que ele possa se aposentar
nessa empresa e então contar aos nossos netinhos acomodado em sua predileta
poltrona de chinelos e pijama, todas as peripécias de sua vivencia nessa colossal
empresa que vai nos dar muito dinheiro e conforto. O mais lindo crepúsculo de
nossa existência. O inicio do resto de sua existência.
Esse carro leva até seis pessoas. Você, meu amor, ainda não entende bem as mulheres,
elas também tem mania de conforto e pelo que observei é um carro fácil de
dirigir como todo automóvel de luxo, elegante, aconchegante, muito confortável,
robusto, planejado para servir bem e como já citei, pequeno por fora e grande por
dentro.
Aproximei-me do carro. A porta estava aberta e o publico se acotovelava para
contemplar essa maravilha de ferro e vidro até chegar minha vez. Fiquei surpresa
diante de tanto espaço interno, amplas janelas, mais visibilidade, mais luz, mais
alegria! O estofamento é uma beleza, então! São verdadeiras poltronas! Até o
cheiro do curvin colorido do estofamento era arrebatador, o chamado cheiro de
carro-novo. Imaginei a cara da mamãe e do papai que abomina o automóvel e tão
intolerante esparramado no banco de trás, ou melhor, no sofá traseiro em total silencio
quando o carro passasse pelos buracos da rua, só para sentir a gostosura do
balanço. Fiquei extasiada com o acabamento interior do carro que faz do Vemag
Fissore um salão nobre mesmo.
Como sou muito curiosa, notei que o painel já vem equipado até com um relógio,
o que no meu caso faria que nunca mais me atrasasse nos horários com o cabeleireiro
e manicura, bem como com meu médico da Fundação São Domingos que
presta assistência gratuita aos operários e familiares da Vemag. Inclinei minha
cabeça à direita para admirar o porta-luvas e outra surpresa, caberia até minha bolsa,
mas ali pretenderia levar todos meus cosméticos.
Resolvi sair do carro. Movi a maçaneta interna, apenas uma pequena alavanca
situada na metade inferior da porta. Nunca eu iria danificar o esmalte de minhas
longas e bem cuidadas unhas. Saí com outro toque (clic!) de distinção e segurança e
de luz acesa também na porta que chamam de luz de cortesia.
Contemplei uma vez mais o Vemag-Fissore, de frente, perfil. De costas. Sob
todos os ângulos.
Meu Deus! Seu requinte e luxo parecem a de um carro importado. Que diferença
desses anacrônicos carrões pretos americanos como esse Studebaker que meu amorzinho
vive falando, são todos lerdos, feios, pesadões, sem charme nenhum,
meio sinistros e acima de tudo bebedores de gasolina e cara manutenção. Esses
carrões nem que me pagassem eu me disporia a pilotar. São ótimos para acompanhar
enterros! Como táxis decrépitos! Olha: o Fissore é o oposto desses senis carrões
que são enormes por fora e acanhados por dentro.
Acho que a firma acerta quando alega no slogan: “A qualidade justifica a fama”
Meu namorado e futuro maridão precisa pensar na imagem que esse carro vai dar
para a gente. Quer queira quer não, imagem é básica na sociedade em que vivemos.
Vejo o Fissore como um objeto de desejo e enxergo como conquista social e notei
que o Fissore leva a melhor em qualquer comparação, os projetistas desse carro
foram felizes e concluí que é o automóvel que exijo que meu amor compre e pela
lógica ele também vai preferir o DKW-Fissore.
Assim, estou achando que nenhum outro carro daria tanto em troca do seu suado
dinheirinho, meu amor. Vai valer cada cruzeiro que você vai pagar por ele e o preço
dele deve girar em torno de um carro médio pelo que estão falando. Esse dinheiro
vai retornar em forma de estabilidade, luxo, conforto, beleza e muita segurança.
Sim, será um impulso para meu maridinho subir na vida com muita força e
eu quero participar e usufruir plenamente dessa felicidade.
Todavia, não estou convencida de que meu benzinho examinou cabalmente como
eu o Fissore. Olha! Para gostar dele basta chegar perto. Devo reiterar que fiquei
encantada com seu estilo e acabamento, estava na hora mesmo de o Brasil ter um
projeto nacional, embora o desenho fosse italiano. Tudo bem. Vou sentir-me feliz
também porque ele vai ingressar na Vemag e de certa forma contribuir com seu
trabalho no aprimoramento progressivo desse lindo carro que será cada dia melhor.
Ah! Não vejo a hora de casarmos e podermos juntos “tirar a carta” de motorista e
então pressiona-lo intensamente a formular uma encomenda desse carro zerinho.
Sei que ele reclama do preço, lógico, adquirir esse requinte não é fácil, não é algo a
preço de banana, sei disso. Mas ele vai conseguir um desconto na empresa e ainda
solicitar um plano de financiamento. Sem esforço e trabalho insano nada se consegue.
Com todas essas horas extras que a empresa vai exigir, ele só com elas abate a
prestação mensal. Anseio ser uma das pioneiras em pilotar essa máquina de ferro e
vidro de privacidade móvel permitida pela era do automóvel. Meu corpo estremece
só de pensar em estar atrás do volante e despedir-me desses malditos ônibus, essas
enormes caixas de ferro calorentas que transportam um mundo de operários suados
como sardinhas em lata!
Fico imaginando o orgulho que vou sentir em receber os amigos e acolher a família,
papai, mamãe, minhas irmãs no interior do Fissore. Vale um convite ao repouso,
mesmo com lotação. Muita gente menos esclarecida vai pensar que é um carro
importado europeu. Afinal, não custa nada deixar que outros acreditem nisso! Vou
rir da ignorância delas.
Quando meu maridinho trouxer essa maravilha móvel para casa vou exibi-lo às
amigas que ficarão boquiabertas diante de tanto esplendor e então começar a rodar
o dia inteiro. Vou pisar fundo no acelerador faça sol ou chuva, observar sua estabilidade
nas curvas, a eficiência e a docilidade dos freios, o conforto do estofamento,
o desempenho desse tão propalado motor de dois tempos, essa obra-prima da engenharia,
a robustez da carroceria, quero sentir a harmonia desse carro, sentir o carro
numa rodovia, esse comedor de estrada, quero constatar se ele gruda no chão nas
curvas fechadas cantando pneus. Ah! Que delicia isso é como viver os melhores
momentos do cinema. Vou reclamar de todos os pontos fracos que o carro apresentar
e mandar cartas à Presidência da Vemag, para o presidente Lélio Toledo Piza
dizendo tudo que eu como consumidora de um carro de luxo acha do produto. Pensam
que só porque sou mulher sou uma tonta? Sei exigir. Quero depois até cursar
Direito para defender os direitos dos consumidores. Na hora de vender esses vendedores
Autorizados DKW-Vemag, prometem mundos e fundos para posteriormente
deixa-los na mão quando precisarem de serviços de manutenção. Deve ser uma
merda como tudo aqui no Brasil, você nunca é ouvido para nada. Vou por a boca
no mundo se não for atendida a contento. Meu amorzinho não quer briga com ninguém,
só pensa em mim e no meu corpinho alvo que vai desfrutar quando for meu
maridão e um esforçado operário da Vemag.
Vou mandar instalar um rádio a válvulas e ouvir musica em alto volume na Rádio
Piratininga, minha favorita. Quero sentir o carro numa rodovia como a Via Anchieta
em direção ao litoral, pisar fundo e deixar outros veículos para trás, olhar pelo
retrovisor e dar um sorriso de desdém aos velhos carrões americanos pretos! É algo
para entusiasmar. Quero sentir a alma desse bendito Fissore! Um proprietário desse
carro terá mais que um carro de luxo, terá um carro que se dá ao luxo de ser
único que só existe no Brasil. Meu namorado afirmou que os caras testaram o carro
num percurso de um milhão de quilômetros em testes e mais testes enfrentando
chuva, vento, sol causticante e atravessando dias e noites seguidas sem parar. Conseguiram
traduzir seus êxitos em recordes, parando apenas para trocar de motorista,
óleo e pneus. Torturaram vários Fissores assim, o equivalente em até três anos de
uso normal. Ufa!
Quero ver o desgraçado vencer obstáculos com agilidade e força; por a Vemag,
seu fabricante à prova, constatar se foi planejado para resistir, durar muito, ser
econômico, seguro e tudo mais que se exige de qualidade de um carro dessa categoria.
Vou reclamar de todos os pontos fracos que encontrar e exigir que me leve até
onde queira sem quebrar. Carro quebrado no meio da rua é motivo de vergonha.
Exibirei o Fissore diante da escola de pintura onde vou matricular-me, ao visitar
minhas amigas, meu cabeleireiro e manicura, perfumaria, butiques, lojas finas de
roupas, quero matricular-me numa escola de natação e ter meu corpinho em cima
para meu maridinho nunca descambar para outra mulher, sei que na Vemag as
fraulein oxigenadas, essas atrevidas secretárias bilíngüe, vão dar em cima dele e
quero ficar sempre em guarda como um sentinela de quartel.
O Fissore será o grande amigo de todos os dias no meu nervoso e bem ocupado
dia. À noitinha estarei diante das Escolas Fisk (na Rua Ibitirama) para o curso de
alemão, assim, em casa treinaremos esse idioma com meu maridinho que por sua
vez também terá suas aulas nos cursos de treinamento bancados pela Vemag. Teremos
um legado a transmitir aos nossos filhinhos queridos que dominarão o idioma
alemão sendo brasileiros natos! Não é incrível brasileiros falando em alemão
em casa? Será um diferencial para ele ser considerado para cargos mais elevados e
até ser enviado para um estagio na Auto Union na Alemanha e talvez até possa
acompanhá-lo nessa jornada ao Velho Mundo e quem sabe dar uma esticada até
Sófia a capital da Bulgária para visitar e assim conhecer meu tio! Ele fala alemão
fluentemente e já nos convidou a visitá-lo, porém, a “grana” sempre foi por demais
curta. Quem sabe, em breve poderei reverter esse quadro medíocre, de mulher desvalida.
Sentir o prazer de uma viagem de avião também.
Enquanto morarmos naquela ridícula edícula na casa do meu pai, o Fissore ficará
estacionado diante de nossa porta, (Rua Fabiano Alves no bairro da Vila Zelina em
São Paulo) e acredito que não serão muitos Fissores estacionados ao longo dessa
rua, mas não por muito tempo, no sobrado que meu maridinho irá comprar haverá
espaço para três carros; o Fissore, a Vemaguet dele e, ainda quando a empresa
permitir usar a viatura da empresa a serviço, a noitinha poderá ficar abrigada em
nossa ampla garagem. Ele vai ter até uma Lambretta.
Quando meu maridinho retornar ao lar todo exaurido, estarei a postos para proporcionar-
lhe sempre uma emoção diferente, mas exigirei ser paparicada… Antes
de recolhermos ao nosso leito marital para uma linda noite de amor extasiante, nãodeixarei de exibir o resultado das compras que apanharei no amplo porta-malas do
carro. E por falar em porta-malas, fiquei admirada de tanto espaço útil, parece até
aquela velha arca que mamãe tem no quarto dela para guardar tranqueiras. Vou
comprar um conjunto de malas de couro para nossas longas viagens.
Em nosso barzinho doméstico nunca faltará garrafas de Martini e vou preparar
receitas de deliciosos coquetéis na coqueteleira de prata tiradas do almanaque…
Seremos felizes sob a égide da Vemag. Com o Vemag-Fissore sempre presente em
nossa garagem.
Nos finais de semana, vamos nos embonecar, se perfumar e assistir filmes no
Cine Dom Bosco ou Cine Olido que fica no prédio do Escritório Central da Vemag
e depois jantar e dançar no Restaurante Maria do Carmo… quero ouvir música em
alto volume e quando tomo Martini seco fico corada e atrevida… tudo em grande
estilo e glamour… Fiquei sabendo que aos sábados se apresenta um trio de músicos
que toca samba em alto e bom som para todos entraram na dança. Será a remissão,
um momento relaxante após a semana inteira que meu amor tiver dado seu suor e
talento em prol da empresa sob aqueles pavilhões calorentos e cinzentos sob uma
pressão alucinante de chefes alemães grosseiros e desprovidos de alegria.
Meu querido diário, acho que já escrevi demais e estou com sono, vou me deitar e
sonhar com meu futuro maridão e meu lindo futuro Fissore alvo em disparada pelas
ruas da minha cidade… Nem sei se devo apresentar essas minhas anotações confidenciais
a ele, pois a repercussão pode não ser favorável. Mas ele vai entender que
sua felicidade vai depender de dois “V”, Vânia, sua linda esposinha e Vemag, um
emprego gratificante e fonte de receita para uma vida de bem-estar e comodidades.
É isso, anseio muitos anos felizes reservados à minha existência, desejo ardentemente
pilotar um dia um lindo Fissore que já se transformou em idéia fixa, uma
obsessão, um carro mais do que qualquer outro de sua classe que merecia ser venerado
Pisar fundo no acelerador, admirar o lindo painel provido até de relógio de horas que permitiria
Vânia não mais se atrasar a compromissos, ficar extasiada com o amplo porta-malas
onde um mundo de compras seria colocado direto das lojas e esse resultado a mim seria
exibido antes de recolhermos ao nosso fofo leito marital e malas de couro seriam acomodadas
em nossas longas viagens enquanto pelo retrovisor contemplaria com desprezo os lerdos
carros americanos pretos.
A tarefa de manter o Fissore reluzente seria minha obrigação
VANIA se aproximando do Gran Fissore exposto e babando de êxtase diante desse
produto móvel de ferro e vidro permitido pela era do automóvel. O relógio do painel
(inédito na ocasião) seria um fator relevante para que ela não mais se atrasasse a
compromissos, como por exemplo, ao cabeleireiro, aula de pintura, etc.
Um presente dos deuses para os abastados sedentos por carros sofisticados.
PROVAVELMENTE VANIA naquela noitinha sonhou com a imponente imagem do Fissore
exposto que tocou com as mãos em intenso desejo e talvez comigo já estar trabalhando e
dando um duro danado na linha de montagem da Vemag e ela como dondoquinha pilotando
um alvo Fissore, radio ligado e regozijando-se por estar casada e eu ter-lhe proporcionado
essa maravilha de ‘dois tempos’ e poder estar atrás do volante do magnífico Fissore, imaginando
as lindas malas de couro que seriam colocados no amplo porta-malas quando faríamos
as fascinantes viagens por esse Brasil afora! Seu sonho poderia derivar até para um Fissore
conversível e poder rir com desdém ao visualizar pelo retrovisor os carrões americanos
pretos e endereçar-lhes um olhar de desprezo e o rosto revelando uma expressão maléfica e
intencionalmente degradante, contempla-los seria um pesadelo
LINDO STUDEBAKER STARLIGHT ano 1950 – um dos vários modelos comercializados
pela Distribuidora de Automóveis Studebaker cujo proprietário era o senhor Fernandes
Alonso que alguns anos depois fundou a Vemag, no mesmo endereço.
Na época em que namorava Vânia esse também era um veiculo caro e muito desejado pelos
homens, milhares deles eram vistos nas ruas; mas nenhuma dondoquinha se propunha a
pilotar um deles, e somente o nome “Studebaker” provocava repulsa. Todavia, sentiam o
maior prazer de serem conduzidas para cima e para baixo pelos seus vaidosos maridões.
Por outro lado, homens não aprovavam mulheres motorizadas. João Burgas (meu ex-futuro
sogrão) alegava que mulher chofer dava idéia de uma prostituta! “Biscate” como eram taxadas
mulheres com espírito independente.
Com efeito, os veículos DKW-Vemag é que atiçaram a mulherada a desejar sua independência
a bordo de veículos providos de propulsores de dois tempos. Os homens mudaram
seu conceito.
VANIA sentiria repulsa em contemplar carros americanos que facilmente seriam ultrapassados
numa rodovia sob os pés de chumbo dela enquanto pelo retrovisor contemplaria com
desdém esses veículos anacrônicos e que atualmente são como o próprio Fissore, relíquias
valiosas e desejadas.
Por outro lado, eu vislumbrava cenas de ciúme em virtude do meu contato diário com funcionarias
alemãs bem posicionadas na empresa. Essas fraulein pernudas, mulheres que chegaram
ao Brasil e estavam muito interessadas em se envolver com brasileiros, estavam fartas
da frieza e grosseria dos marmanjos germânicos e queriam algo novo agora; fazer vida com
jovens com promissora carreira na Vemag. Eu um boboca, seria potencial alvo delas e sentiria
também atraído por uma mulherona européia, pernas bem feitas, experiente, culta e assim corria o risco de descambar para os braços de algumas delas.
MEU objetivo não era cair nas boas graças de atrevidas dondoquinhas fraulen da
Vemag que poderiam me seduzir, mas fazer carreira ascendente de forma a ser
transferido para o Departamento de Engenharia para atuar como projetista. Anos
mais tarde era tentar alçar vôos mais altos e aproveitar a juventude que é passageira
e a velhice duradoura...
O diário acima foi por Vânia elaborado na mesma noite tão logo retornamos
de ônibus desse inusitado passeio ao Salão do Automóvel. No trajeto
enquanto o barulhento coletivo avançava sacolejando quilometro após quilometro
e as rodas girando e girando implacavelmente parecendo martelar
perguntas e mais perguntas ao meu cérebro do que seria doravante minha
vida visto que Vânia havia agarrado meu braço e sussurrava em meu ouvido
num interminável monologo do que pretendia para sua prospectiva nova
vida.
Tivemos assim um romântico monologo durante a viagem:
‘Meu querido, quando estiver na empresa já por algum tempo, comece a
economizar dinheiro para encomendar e adquirir esse veículo. Assim,
quando casarmos já teremos o carro da família, um automóvel que possa
ser usado pelos nossos filhos e futuros netos. Um símbolo perene de nossa
luta. Quero que se aposente na Vemag, dia que será homenageado e brindado
possivelmente com um relógio dourado tendo a inscrição ‘Para o inspetor
Umaras, pelos 30 anos prestados à VEMAG S.A. - Veículos e Máquinas
Agrícolas’. Será um mimo, um toque de requinte, o reconhecimento de sua
labuta intensa em prol da empresa e uma mensagem subliminar: sua hora
está chegando, meu amigo! Será então o momento perfeito para você dar o
fora da empresa, se aposentando e ficar em casa me ajudando a cuidar dos
muitos netinhos que teremos e de chinelos e pijama, acomodado em sua
predileta poltrona degustando um saboroso Martini, contar-lhes as historias
intrigantes de sua vida profissional… Antes do almoço, reunir as forças
que ainda lhe restarem se arrastando até a garagem, ligar o carro e dar
uma voltinha com a molecada, o cachorrinho e nossa gatinha, em torno do
quarteirão a bordo dessa bela relíquia que será então o Fissore! O mais
lindo crepúsculo de sua existência, meu amor… o inicio do resto de sua
vida… As pessoas só vão valorizar a gente por aquilo que possuirmos, meu
benzinho…
‘Mas, meu queridinho, acho que é cedo demais para essas conjecturas, só
que não existe futuro sem passado e você precisa começar a se mexer, e,
rápido. Notei que você está se envolvendo com a maior empresa nacional
despontando como uma nova era para o povo brasileiro. Vá em frente, lute
com unhas e dentes. Faça brilhar seus olhos se envolvendo com dedicação
exclusiva e em período integral de quem enxerga na atividade de inspetor
de qualidade muito mais do que um salário condizente para arcar com os
DO AMANHECER AO CREPÚSCULO DE UMA CARREIRA PROFISSIONAL
15
custos de manter uma linda esposinha como eu, mas vislumbrar a oportunidade
de dar vazão ao seu potencial, pois percebi que você não é um cara
burrinho, um tapado, muito embora precise vencer essa sua estúpida timidez,
entretanto, não é daqueles namoradinhos que conheci e descartei, uns
zero à esquerda e que até a mamãe uma mulher vivida concluiu que seria
melhor avisar o papai e coloca-los para fora de nossa porta…Você tem de
provar à nossa família que possui um diferencial para dessa forma continuar
frequentar nossa casa…Não queremos na família um joão-ninguém.
‘Bem, voltando ao caso da empresa que você está se candidatando, é uma
fábrica de carros lindos que contemplei hoje nesse lindo evento e que vai
ampliar seu horizonte curricular, intensificar seu aprendizado e faze-lo
crescer como pessoa. Meu querido, você vai adquirir experiência, maturidade
com o decorrer dos anos de firma.
‘Não pára por aí, vai ter relacionamentos, capacitação técnica, vivencia
empresarial com aquele jogo de cintura que você ainda não tem e que vai
melhorar em muito seus traços de personalidade ainda meio capenga, angariar
prestigio e muita reputação que possibilitará trilhar uma carreira de
excelência. Quem sabe na diretoria da Vemag. Quero que trabalhe com
afinco e adotando pensamentos como que aquela entrevistadora fumante
psicóloga advertiu você: Poxa! Eu gosto de trabalhar na Vemag, ganho
muito dinheiro, aprendo um bocado, contribuo, dou um duro danado,
tenho hora para entrar e não para sair, é meu segundo lar, luto feliz pela
minha esposinha graciosa e fogosa e os filhinhos que ela vai me proporcionar,
tenho um trabalho gratificante e anseio uma brilhante carreira na
Vemag, vou suar a camisa pela empresa! Não fujo do trabalho, sou pau
para toda obra! Vou começar pelo chão de fábrica e sempre se identificar
profissionalmente como o melhor num ambiente de extrema eficiência
onde não há espaço para moleza onde o tempo é a palavra mais importante...
‘Não acha emocionante essa expectativa brilhante, meu amor? Nossos
filhos e netos terão orgulho de você. Terá adquirido então sua independência
financeira e como já mencionei terá uma velhice com qualidade de vida
para todos nós. Então, é isso que espero de sua parte se é que tem desejo
em desposar-me… Em casa terá uma esposinha ardente, bem vestida e
cheirosinha para desfrutar… Não foi isso mesmo que os caras da Seleção
de Pessoal falaram para você durante as entrevistas? Eu assino embaixo!’
Amigo Umaras,
Lendo o Diário, não vejo nada de anormal na Vânia.
Valorizava o que o a sociedade da época exaltava.
O marido, filhos faziam parte dos seus sonhos, que não eram torpes apenas iam mais além.
E no Brasil agrário que via apontar uma indústria que o nivelava ao primeiro mundo, a possibilidade
de integrar essa realidade fazia fervilhar os sonhos de consumo da mulherada.
A natureza feminina é isso... O lúdico impera, o sonho é que dá o ritmo, o status tem um
peso muito grande, quanto mais jovem mais sonhadora.
E ela sempre precisa do homem que lhe completa, o peão para realizar seu sonho de princesa.
Aquele que faz o trabalho pesado, que a defende...
Mas, ela reserva o melhor de si para seu peão são as horas que lhe faz de príncipe encantado.
E seu prazer será divido só com ele e seu melhor será só para ele.
Acredito existir amélias no proceder, mas não no sonhar. Nenhuma mulher sonha em ser
gata borralheira, todas querem ser princesas.
O que diferencia as mulheres é o caráter. As que não têm não reservam nenhuma exclusividade
para o marido. O peão e o príncipe podem ser pessoas distintas...
Vânia lhe reservava muito ou tudo, pelo menos no diário.
Natureza feminina é isso!
Sergio Braga – São Paulo – SP
sergiobds@hotmail.com
Ola Umaras,
A Vânia não era fraca não! Com tanta apologia ao Fissore, se a história da Vemag tivesse
sido outra, ela poderia trabalhar até no Departamento de Marketing da empresa. (Se é que já
existia essa especialidade na época).
Abraços,
Roberto Plácido Joaquim – Campinas – SP
rpjoaquim@ig.com.br
Olá Umaras,
Li novamente o conto do diário de Vânia. Acredito que hoje você ache engraçado,
mas na época deve ter ficado P... da vida após ler este diário,
hein?
Você teria de fazer das tripas o coração e suar sangue na fábrica para manter
esse padrão de vida... rzrzrz
DO AMANHECER AO CREPÚSCULO DE UMA CARREIRA PROFISSIONAL
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É interessante como ela projetava a vida do casal , claro que sem a sua
anuência. Completamente fora da realidade, ela sonhava em mudar a vida
a que fora criada. Inconformada com a situação atual, via em seu lar o
exemplo que não desejava para a própria vida futura.
Com uma azeitona ela fazia uma farofa... eheheh... acho que é normal para
quase todos os adolescentes.
abraços:
Renato Soares
rjsoso@hotmail.com
Caro Umaras,
Aplaudo de pé sua obra. Não me ocorre nada similar, que retrate tão bem, tão ricamente, uma época e o estado de espírito dos que viveram naquele tempo. A Vemag era uma espécie de Embraer de hoje, da qual brasileiros tinham o maior orgulho. Não surgiu estatal como a Fábrica Nacional de Motores e nem era o transplante de uma fábrica estrangeira: era brasileira, produzindo aqui um formidável veículo sob licença de uma famosa casa automobilistica européia. Nada mais apropriado, seu slogan, "Brasileiros produzindo veículos para o Brasil". Foi a primeira a ficar a bandeira de um verdadeiro automóvel produzido no Brasil, naquele histórico 19 de novembro de 1956. Por isso tantos almejavam trabalhar na Vemag, como você, já nos seus 18 anos. Tivesse superado a crise, hoje a Vemag estaria autônoma em produto, da mesma maneira que fábricas japonesas, sul-coreanas e a Proton, da Malásia. Faltou pouco.
Sua experiência pessoal -- anseios, luta, decepção -- está cronológica e magistralmente relatada, com detalhes que nem mil quadros poderiam reproduzir. Para quem, como eu, participou daquele momento, é uma volta ao passado como poucas. Ser-lhe-ei eternamente grato por tê-la me proporcionado e, principalmente, por ter contribuído de maneira tão especial para o conhecimento, pelos brasileiros, de um momento tão importante da nossa história.
Um forte abraço,
Bob Sharp -- São Paulo -- SP bobsharp@ajato.com.br
Um gde relato!!! sem Palavras !!!!obg Jose Umaras
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Meu amigo e sua paixão!!!
ResponderExcluirUm abração Umaras!